21.8.06

inquietude

porque o rádio não alcança a alma
daqueles que se escondem atrás de verdades não ditas

o telefone me olha, impassível
em silêncio, ele me conta tudo o que não foi dito

o copo vazio ainda cheira à álcool e ódio
e solidão

o sol nasce novamente lá fora
e eu morro um pouco novamente, aqui dentro

não há fim para o mundo
há um fim para mim

há um fim em mim

sem fim, o mundo continua
após a morte

estou cansado das pessoas
porque as conheço demais

não me canso de quem não conheço
mas infelizmente, preciso tê-las

preciso conhecê-las
para largar

exercício de desapego eterno
apegar-se ao que me dá enjôo.

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