2.8.06
a lâmina dança em seu caminho.
a luz fraca da cidade ilumina um quarto pequeno e sem cor.
a lâmina brilha por um segundo. e o homem se perde no brilho, imaginando outra vida, outro lugar.
os sons da cidade abafam o barulho fraco da respiração dele.
a lâmina dança, firme e cheia de si.
o homem se lembra de alguém com olhos verdes e cabelos cor de fogo.
algo escorre quente e viscoso por seu braço.
a lâmina dança, cortando.
o homem escreve um nome com a lâmina.
a luz fraca da cidade ilumina um quarto pequeno e sem cor.
a lâmina brilha por um segundo. e o homem se perde no brilho, imaginando outra vida, outro lugar.
os sons da cidade abafam o barulho fraco da respiração dele.
a lâmina dança, firme e cheia de si.
o homem se lembra de alguém com olhos verdes e cabelos cor de fogo.
algo escorre quente e viscoso por seu braço.
a lâmina dança, cortando.
o homem escreve um nome com a lâmina.
a raposa foge...
o homem a observa sumir por entre as árvores secas do inverno. por um segundo vê o brilho de olhos de raposa ao longe... e então ela some.
no chão, aos pés dele, no local onde a raposa estava há pouco ele vê um objeto.
ele apanha uma pequena chave.
ela abre as portas de um lugar que só a raposa conhece.
o homem a observa sumir por entre as árvores secas do inverno. por um segundo vê o brilho de olhos de raposa ao longe... e então ela some.
no chão, aos pés dele, no local onde a raposa estava há pouco ele vê um objeto.
ele apanha uma pequena chave.
ela abre as portas de um lugar que só a raposa conhece.
1.8.06
desconstrução
eu estou sistematicamente e deliberadamente descontruindo tudo o que sou eu. tudo o que representa marcio está em processo de revisão.
não sei o que vai acontecer no fim.
não sei o que vai sobrar, não sei o que vai ter que ir embora.
sei que está sendo, no mínimo, divertido.
não sei o que vai acontecer no fim.
não sei o que vai sobrar, não sei o que vai ter que ir embora.
sei que está sendo, no mínimo, divertido.
poema de sentidos
eu sou abismo
você é vento
que dança por mim,
que assobia sussurros antigos em meus ouvidos,
me provocando.
eu sou corpo
você é lâmina
que corta o pulso
que me mata em seu fio
me libertando.
eu sou noite
você é estrela
todas as estrelas
que me cercam,
iluminam meus segredos.
eu sou calmaria
você é tempestade
que me transforma
que transtorna
limpando as sujeiras do mundo.
eu sou silêncio
você é som
o grito,
o gemido,
dançamos uma melodia de nós mesmos.
eu sou fogo,
e você é fogo
nos consumimos,
nos alimentamos um do outro
até não sobrar mais nada.
até sobrarmos nós dois.
você é vento
que dança por mim,
que assobia sussurros antigos em meus ouvidos,
me provocando.
eu sou corpo
você é lâmina
que corta o pulso
que me mata em seu fio
me libertando.
eu sou noite
você é estrela
todas as estrelas
que me cercam,
iluminam meus segredos.
eu sou calmaria
você é tempestade
que me transforma
que transtorna
limpando as sujeiras do mundo.
eu sou silêncio
você é som
o grito,
o gemido,
dançamos uma melodia de nós mesmos.
eu sou fogo,
e você é fogo
nos consumimos,
nos alimentamos um do outro
até não sobrar mais nada.
até sobrarmos nós dois.
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