5.1.07

tenho idéias sombrias...

e gosto delas, enfim.
vou começar um livro.

os deuses queiram que saia alguma coisa daí.

vou precisar de ajuda, acho.
ele coloca o telefone no gancho, mas o som da voz dela continua ecoando em seu cérebro.

por que se sentia assim? por que parecia já ter ouvido as palavras que lhe foram ditas, tantas e tantas vezes antes?

recusava-se a repetir os erros do passado. queria crer que era capaz de aprender, mas sempre em determinado momento ouvia as mesmas palavras vindas da pessoa amada.

queria aprender a não repetir os mesmos erros. precisava.

sentou-se ao lado do aparelho telefone. nem percebera quando os primeiros sinais da manhã explodiam no céu. ele tomou uma decisão, enfim: foi ao apartamento da menina. tocou o interfone até que uma voz cheia de sono atendeu.

sentia urgência em seu coração, então contou coisas demais ali mesmo, na rua. do outro lado do fone, somente silêncio. fez uma pausa e perguntou por ela. a voz vacilante disse que ela estava ouvindo.

ele pediu para subir. ela aceitou, depois de um longo silêncio.

ele subiu as escadas, pois o elevador parecia lento demais para seus impulsos. encontrou a porta do apartamento entreaberta.

ela estava no sofá, ainda de camisola, com um olhar entre o surpreso e o zangado.

ele a abraçou por um tempo que pareceu ser grande demais para ela. ainda não entendera porque ele estava ali.

então, contrariando todo o seu passado, ele se ajoelhou em frente a ela. beijou-lhe as mãos carinhosamente e olhou-a com um sorriso indecifrável.

se casaram 2 semanas depois.