15.9.04

eu devo parecer a criatura mais estranha do mundo...

quando vou para o trabalho, ou volto para casa... eu me sento num banco do ônibus e fico lá, no meu canto, ouvindo walkman, ou lendo um livro, ou uma revista...

eu sou assim... é o meu jeito de ser...

e não é porque eu não gosto de me misturar não... é porque eu já tentei me misturar um monte de vezes e nunca me encontrei... e acabava frustrado, no final... me sentindo mais sozinho ainda, porque eu havia me esforçado e tinha dado tudo errado...

mas hoje eu vejo que eu também preciso de outras pessoas... preciso ver caras novas... preciso sentir que existem mais pessoas no mundo que se importam com as mesmas coisas que eu... que gostam de coisas que eu gosto...

eu preciso aprender a conviver com esse vazio que sinto na alma... porque eu acho que isso não tem cura... e que preciso aprender a conviver com isso...

preciso aprender também a conviver com a intensidade com que sinto as coisas...

eu sei que vai parecer que estou inventando... mas algumas vezes, eu sinto tanto, algumas coisas, que chega a doer...

e... acho que fiquei um pouco viciado nisso, sabe? sentir essa dorzinha... porque ela é intensa... e é única...

mas isso não faz bem... e eu preciso mesmo aprender a conviver com isso...

ah... palavras, palavras... será que alguém que lê isso aqui entende algo do que escrevo???

tic, tac...

sentada na cama, ela tenta olhar para a escuridão, mas de alguma forma, a escuridão olha de volta.

o único som no quarto é a batida do relógio.

tic, tac.

ela segura o choro, como fez nos últimos meses, guardando dentro de si tudo o que sente.. ela pensa em todas as noites que passou sozinha naquele quarto, enquanto seus sonhos eram dissolvidos, um a um, junto com a substância que ela injetava em seu corpo para acabar com a dor.

no escuro, ela procura um objeto tão familiar. o canivete que ela ganhou do pai... quando mesmo? parecia ter sido uma vida passada.

ela passa os dedos pela lâmina, sentindo um resto de líquido, ainda ali.

o mesmo líquido que se espalha agora por seu colo.

o líquido que sai das aberturas em seu pulso.

ela não sente medo ou dor. ela só procura alívio de tudo.

sentada no escuro, ela espera e escuta as batidas do relógio.

tic, tac.

tic, tac.

tic, tac...

odeio política

e odeio eleição para prefeito... é como se a cada ano de eleição eu visse clones dos mesmos candidatos... cara... quando vamos aprender que precisamos mudar as coisas... precisamos muito...

vc olha para a sua cidade, alguns meses antes da eleição e vê obras e mais obras acontecendo...

putz... eu acho isso ridículo...

todo mundo acha que o povo é idiota... mas o pior é que não existe mesmo ninguém diferente em quem votar...

e existem algumas ironias, né...

acho que todo mundo conhece o lindberg, né? aquele da une...

ele quer ser prefeito de nova iguaçu!!!! e pior é que tem boa chance disso...

mas... ele não é de nova iguaçu... não mora aqui... nunca visitou aqui, antes desse ano...

what the hell is happening????????

ah... whatever...

não acredito mais em política brasileira... de verdade... nós já institucionalizamos a corrupção...

as pessoas votam naquele que "rouba, mas faz..."

eu acho isso ridículo... vou achar sempre...

hello... are you there???

eu quero tomar chopp e jogar conversa fora sobre coisas legais...

quero entrar numa loja de quadrinhos e comentar sobre tudo o que existir de legal por lá...

quero poder sentar em um local e ficar olhando as estrelas, sem ter que me explicar porque isso...

quero poder passar a noite escutando música legal, bebendo vinho barato e filosofando sobre o movimento dos planetas...

quero poder ir no cinema, comentar sobre o filme e não receber olhares estranhos...

alguém se habilita à vaga de amigo??????

(sorriso)

i just think i am crazy enough to be in love with you...

saudades...

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