13.10.05

prove do meu gosto,
sua boca na minha,
meu corpo no seu.

sinta a textura da minha pele
queimando no calor da sua língua
se derretendo ao toque dos seus lábios.

entregue seu corpo,
seus encantos, seus segredos
aos meus desejos de explorador.

vamos dançar a dança mais antiga,
nos entregar à música das almas,
ao ritmo de nossos corpos.

arranha a minha pele,
marca minha carne,
me faz em sacrifício aos deuses pagãos.

aqui, somos um só,
e somos o mundo.

manhã

ele olha para a persiana entreaberta que deixa filetes de sol atravessarem a barreira do mundo exterior e entrar em seu quarto... ele acompanha os raios de luz que iluminam o edredon que está jogado ao seu lado.

a cama de casal parece grande, quando ele está sozinho... ele se pergunta como alguém tão carente assim pode ficar tanto tempo simplesmente sozinho. uma incongruência só...

paradoxos da alma.

ele se dá conta de que precisa levantar. mas não sente a menor vontade de ir trabalhar hoje. mas ele sabe que não vai aguentar ficar deitado, mesmo.

jogando o edredon para o lado, ele salta da cama (nunca foi desses que demora para acordar) e caminha em direção ao banheiro.

a água desce pelo seu corpo lavando os pensamentos normalmente estranhos que o despertar sempre trazem para ele. gosta da água fria, desde criança.

escova os dentes se olhando no espelho, tentando decidir se faz ou não a barba hoje. odeia esse ritual matutino... acha isso extremamente chato.

troca de roupa e come alguma coisa... pensamentos sempre em outro lugar ou em outra pessoa...

olha para o celular (quem sabe uma mensagem?), mas a tela está em branco.

ele decide que até o final do dia, coisas vão mudar... precisam mudar...

ele sai em direção à luz do sol, olha para o céu, por um instante e coloca os óculos escuros...

por trás das lentes, um olhar que deseja ser desvendado observa o mundo...

sem palavras

ok... não tenho palavras pra dizer o que estou sentindo.

tem vezes que um ombro é tudo o que vc quer... e é nessas horas que vc percebe que não tem nenhum por perto.

mesmo cercado de pessoas...

12.10.05

loverman

there's a devil waiting outside your door (how much longer?)
there's a devil waiting outside your door (how much longer?)
and he's bucking and braying and pawing at the floor (how much longer?)
and he's howling with pain, crawling up the walls (how much longer?)
there's a devil waiting outside your door (how much longer?)
and he's weak with evil and broken by the world (how much longer?)
and he's shouting your name and asking for more (how much longer?)
there's a devil waiting outside your door (how much longer?)

loverman! since the world began
forever, amen, till the end of time, yeah
take off that dress, oh
i'm coming down, yeah
i'm your loverman, yeah
'cause i am what i am what i am what i am what i am

l is for love, baby
o is for only you that i do
v is for loving virtually everything that you are
e is for loving almost everything that you do
r is for rape me
m is for murder me
a is for answering all of my prayers
n is for knowing your loverman's going to be the answer to all of yours

loverman! till the bitter end
while the empires burn down
forever and ever and ever, ever, amen
i'm your loverman
so help me, baby
so help me, baby
'cause i am what i am what i am what i am what i am
i'm your loverman

there's a devil crawling along your floor (how much longer?)
there's a devil crawling along your floor (how much longer?)
with a trembling heart, he's coming through your door (how much longer?)
with his straining sex in his jumping paw (how much longer?)
ooh, there's a devil crawling along your floor (how much longer?)
and he's old and he's stupid and he's hungry and he's sore
and he's blind and he's lame and he's dirty and he's poor
gimme more, gimme more, gimme more, gimme more, gimme more, gimme more (how much longer?)
there's a devil crawling along your floor

loverman! haha! and here i stand
forever, amen
'cause i am what i am what i am what i am, hey
forgive me, baby
my hands are tied
and i got no choice, no, no, no, no
i got no choice, no choice at all

i'll say it again:
l is for love, baby
o is for oh yes i do
v is for virtue, so i ain't gonna hurt you
e is for even if you want me to
r is for render unto me, baby
m is for that which is mine
a is for any old how, darling and
n is for any old time

loverman! yeah, yeah, yeah! i got a masterplan, yeah
to take off your dress, yeah
and be your man, be your man, yeah
seize the throne, haha
seize the mantle
seize that crown, yeah
'cause i am what i am what i am what i am, plus i am
i'm your loverman

there's a devil laying by your side (how much longer?)
there's a devil laying by your side (how much longer?)
you might think he's asleep, but take a look at his eyes (how much longer?)
and he wants you, darling, to be his bride (how much longer?)
yeah, there's a devil laying by your side (how much longer?)

loverman! loverman! loverman!
i'll be your loverman!
till the end of the time!
till the empires burn down!
forever, amen
i'll be your loverman
i'll be your loverman
i'm your loverman
i'm your loverman
yeah, i'm your loverman
i'm your loverman
loverman
i'm your loverman
i'm your loverman
i'm your loverman
yeah, i'm your loverman
yes, i'm your loverman
loverman
loverman
loverman
forever, amen
loverman
(how much longer?)

loverman - metallica (cover version)

são paulo - noite



11.10.05

000.001.010.011.100.101.110.111




password:


a palavra mágica brilhava em um tom de esmeralda no monitor dele, enquanto o rapaz sentia um arrepio de excitação percorrer seu corpo. estava fazendo algo muito errado.

e se sentia bem demais com isso...

foram meses, utilizando os mais novos programas de vigilância (alguns reescritos por ele) para descobrir uma falha crucial em um dos servidores do website de uma administradora de cartões de crédito de taiwan.

a falha permitiu que um port scanner encontrasse uma porta aberta em um servidor windows que ainda não havia tido todos os patches aplicados.

precisou ter paciência, até encontrar o script correto para fazer com que o servidor entendesse o seu pedido de acesso como se fosse um terminal interno.

com toda a tecnologia nova sendo lançada no mercado, é praticamente impossível garantir segurança total em um sistema que permite acesso externo.

os dedos tremiam um pouco. era a primeira vez que ele ia fazer isso.

ele entrou com a password que foi negociada com outros amigos da rede.

mais algumas sequências de comando e ele inicia um programa para capturar toda a atividade de rede do servidor. com alguma sorte ele conseguirá alguns números de cartão de crédito.

estava mesmo precisando renovar a coleção de cds. talvez compre aquele mp3 player novo que saiu no mercado ou então...

"filho, sai logo da internet. vc vai chegar tarde na escola!"

a voz veio da porta do quarto. o rapaz olha rapidamente para trás, fazendo uma careta e diz para o homem que estava ali:

"já vou, pai! tô só terminando um trabalho, aqui!"

"tá bem. mas vai logo."

o rapaz termina a captura e rapidamente encobre os rastros do ataque, deletando todos os registros dos acessos que terminou de fazer. copia o resultado da captura para um memory key e desliga o computador.

pega os cadernos e vai correndo pelos corredores do prédio, com um sorriso no canto da boca.

são paulo

eu gosto de são paulo.

não é exatamente pelo frenesi das ruas ou por todas as tribos que se pode encontrar por lá, ou por que a cidade ser a coisa mais cosmopolita que eu conheço.

é porque são paulo abraça aqueles que querem esquecer de si por algum tempo... vc se torna mais uma figura nas ruas.

uma sombra no meio de sombras.

e por algum tempo, esse esquecimento pode ser acolhedor, porque vc deixa tudo de ruim que se passa com vc para trás.

na estrada

ele olha para as colinas que passam pela janela do ônibus e pensa em como seria estar nelas...

os vales abaixo da estrada são cortados por rios e o homem pensa no rio de sua própria vida, que parece sempre seguir por caminhos não mapeados. ele observa as correntezas e pensa no passado e no que ainda pode acontecer.

as curvas da estrada trazem paisagens conhecidas da estrada que segue de volta para a casa dele. algumas poltronas à frente um casal se abraça e riem juntos de alguma coisa da qual só os amantes acham graça.

o rapaz olha para a vaga na poltrona ao seu lado, ocupada por algumas bolsas e outros objetos dele e ele pensa em como essa situação poderia ser uma metáfora perfeita da sua vida.

ele sempre viajou sozinho... mesmo quando alguém se oferecia para sentar no lugar ao lado dele, ele olhava para o lugar e dizia que estava ocupado com as suas bolsas e que nada poderia fazer.

ele tem pensado demais, nisso...

e, num gesto bobo, ele pega as bolsas e coloca-as no compartimento de carga, acima de sua cabeça.

o lugar ao lado dele agora está vazio.

e ele sente que uma nova viagem apenas começou.

marcio, o estranho

eu não consigo dizer as coisas certas pra ninguém. é impressionante, isso.

pedir para que eu explique algo que estou sentindo é uma tarefa que não vale muito a pena, porque eu nunca consigo dizer as coisas da maneira como realmente sinto.

e pior... normalmente ainda estrago tudo.

quando é pela web, então, é quase impossível que eu me expresse direito.

tá aí. de agora em diante, só falo o que sinto para as pessoas se for cara a cara... no máximo por telefone!

mais um template...

mais um template de teste... vamos ver como esse se comporta...