13.10.05

manhã

ele olha para a persiana entreaberta que deixa filetes de sol atravessarem a barreira do mundo exterior e entrar em seu quarto... ele acompanha os raios de luz que iluminam o edredon que está jogado ao seu lado.

a cama de casal parece grande, quando ele está sozinho... ele se pergunta como alguém tão carente assim pode ficar tanto tempo simplesmente sozinho. uma incongruência só...

paradoxos da alma.

ele se dá conta de que precisa levantar. mas não sente a menor vontade de ir trabalhar hoje. mas ele sabe que não vai aguentar ficar deitado, mesmo.

jogando o edredon para o lado, ele salta da cama (nunca foi desses que demora para acordar) e caminha em direção ao banheiro.

a água desce pelo seu corpo lavando os pensamentos normalmente estranhos que o despertar sempre trazem para ele. gosta da água fria, desde criança.

escova os dentes se olhando no espelho, tentando decidir se faz ou não a barba hoje. odeia esse ritual matutino... acha isso extremamente chato.

troca de roupa e come alguma coisa... pensamentos sempre em outro lugar ou em outra pessoa...

olha para o celular (quem sabe uma mensagem?), mas a tela está em branco.

ele decide que até o final do dia, coisas vão mudar... precisam mudar...

ele sai em direção à luz do sol, olha para o céu, por um instante e coloca os óculos escuros...

por trás das lentes, um olhar que deseja ser desvendado observa o mundo...

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