23.9.05

sob a luz da lua...

a pele dela é fina. ele gosta de passar os dedos, sentindo a textura devagar...
ele gosta da cor pálida dela. ele gosta de ficar observando o corpo dela, quando a luz da lua ilumina os dois no escuro. ele pensa que parece que a luz emana dela mesmo.

eles estão abraçados e quietos. a respiração dela agora é baixa e calma, constrastando com alguns momentos atrás, quando os dois faziam amor.

ele sente o coração dela desacelerando lentamente e de repente, uma calma toma conta dele.

as incertezas no coração dele vão todas embora

ele fecha os olhos e começa a dormir e sonhar...

coisas que fazem a vida valer a pena

sorriso de criança...
sentir a chuva no rosto...
sentar em frente ao fogo de uma fogueira, sentindo o calor e ouvindo o crepitar da madeira...
conversa interessante por toda a madrugada, até o nascer do sol ou até desmaiar de sono...
acordar ao lado de alguém que você ama...
os campos verdes da irlanda...
o rio de janeiro em dias nublados...
dormir embaixo de um edredon, enquanto tá frio...
ler um bom livro...
escutar música boa...
sair com os amigos...
carinho nos cabelos...
ser reconhecido pelo que você faz e não pelo que vc parece ser...
ganhar bons presentes...
saber que você influencia a vida de alguém...
caminhar no meio do mato...
fotografar. é demais, poder captar o mundo em imagens...
boas piadas...
um bom vinho...
encontrar alguém especial e ficar horas e horas jogando conversa fora, só pelo prazer da companhia...
o café colonial do ccbb...
viajar...
quadrinhos...
cinema...
olhar o céu, a qualquer hora do dia ou noite (se tiver sol, melhor ainda com óculos escuros)...
a lua...
estrelas...
o som de água...
o som do vento nas folhas das árvores...
o ronrronar dos gatos, quando vc os afaga nos braços...
usar a imaginação pra criar mundos só seus...

22.9.05

páginas

sentada nos degraus da escada no saguão do ccbb, ela olha para as pessoas, com um olhar distante, que parece atravessar tudo.

no seu peito, um sentimento estranho, toma conta de tudo. uma mistura de coisas que ela não consegue definir.

ela lembra da conversa que teve no início da semana. palavras trocadas de maneira vacilante... olhares silenciosos e tristes, que diziam muito mais a quem prestasse atenção aos dois. no bar, pessoas conversavam de maneira alegre, ignorando o casal na mesa escondida.

ela lembra dos primeiros encontros, do sentimento que fazia seu corpo tremer de calor e frio. dos assuntos intermináveis. da cumplicidade que só um casal apaixonado pode ter. de todos os novos sonhos que se formavam num coração já acostumado com coisas ruins.

onde fora tudo aquilo?

ela lembra das brigas, da falta de entendimento. lembra-se de passar noites em claro, perguntando o porquê de tudo parecer fora de sincronia.

as pessoas certas, no momento errado.

então ela lembra da apatia. da falta de perspectiva no futuro.

ela precisava dar um jeito. não queria terminar tudo como se fossem inimigos.

sentada na escada ela olha além, tentando definir o sentimento que toma seu peito.

no caderno em suas mãos ela escreve e escreve. as páginas sabem mais dela do que quase todos os que a conhecem.

de repente, ela olha uma página em branco, onde uma lágrima fez uma pequena mancha, que desaparece aos poucos.

e a página em branco diz para ela que de alguma forma, a vida precisa continuar.

ela pensa em tudo o que já fez na vida. nos caminhos que percorreu.

pensa na chama que queima o espírito.

sentada naquela escada ela olha para a página em branco e percebe que não existe um fim, até que o livro seja fechado.

ela olha para as pessoas, vendo os rostos, imaginando seus pensamentos.

e, para aqueles que prestarem atenção, um pequeno sorriso se formaria no rosto dela.

21.9.05

irish angel

three paths engraved

19.9.05

um conto de tempos antigos

o vento forte anunciava a chegada do inverno. toda a tribo se preparava para os festivais que anunciavam o sono dos deuses do verão, quando eles se retiravam do mundo para dentro das colinas.

era época de armazenar alimentos... época de se sentar em frente ao fogo e pedir aos deuses do mundo que existe abaixo para que o inverno não seja rigoroso e que todos possam sobreviver.

naquela tarde, os homens estavam caçando. havia muitos indícios de que a primeira neve cairia logo e era preciso ter pressa.

a caçada fora boa para todos; especialmente para teannáil macath, que havia apanhado 3 coelhos e um javali fêmea. tinha esse nome por causa de seus cabelos da cor de fogo e por ser o homem mais alto da tribo. teannáil era o líder da tribo há 3 anos, desde que seu pai fora morto em uma batalha contra os pictos. desde então, os deuses pareciam sorrir para a tribo, pois as colheitas foram boas e os pictos e os homens que vinham do mar não mais atacaram.

enquanto caminhava, teannáil ouviu o barulho de galhos quebrando. ele continuou caminhando através da neblina, o mais silenciosamente possível, até chegar à uma clareira que não se parecia com nenhum lugar que ele já tivesse visitado.

no centro da clareira, uma corsa de chifres escuros pastava calmamente, alheia ao caçador que se aproximava. teannáil abaixou-se, preparando para lançar a corsa. de repente, o animal olhou para ele, como se sentindo a presença do caçador.

e os olhos do animal encontraram os olhos do homem. e teannáil e a corsa ficaram em silêncio absoluto, paralisados pelo momento. e, não sabendo exatamente porque, o caçador levantou-se lentamente e abaixou a lança. a corsa continuava olhando para ele, sem mexer um músculo.

teannáil estava enfeitiçado pela beleza do animal. pela primeira vez na sua vida encontrara um animal que não queria caçar. ele se aproximou da corsa, até poder tocá-la com a ponta dos dedos. sentiu a respiração, o peito que subia e descia de forma rápida.

fechou os olhos, enquanto acariciava o pêlo do animal e quando os abriu, percebeu que estava tocando os cabelos negros de uma mulher.

ele ficou assustado com aquilo, mas a beleza da mulher era tamanha que teannáil não pôde exclamar nada.

a mulher o olhou, com os olhos da corsa e o tocou no rosto, beijando-o em seguida.

e teannáil tomou a mulher para sí na clareira e ela o aceitou e entregou-se sem falar nenhuma palavra.

e o caçador dormiu...

enquanto dormia, ele sonhou com a mulher...

ela estava agora coberta por um manto tão escuro quanto o seu cabelo e atrás dela ele percebeu que haviam outros, observando.

ela disse a ele que era uma deusa daquela floresta e que estava grávida da semente de teannáil. ele não veria a criança até o momento de maior necessidade da tribo. mas a visão do filho dos dois seria a morte para ele.

e teannáil acordou na clareira... a noite havia caído e os outros caçadores haviam saído em busca do líder.

e naquela noite, teannáil não conseguiu dormir mais...

three fires

fire in the head - inspiration

fire in the heart - courage

fire in the body - passion

celtic inspiration

celtic dragon triskele


celtic snake triskele

18.9.05

where the river goes

i wanna be as big as a mountain
i wanna fly as high as the sun
i wanna know what the rent’s like in heaven
i wanna know where the river goes