19.8.06

belle's dream


presente para uma pequena princesa...
há alguma coisa muito estranha, quando eu consigo perfeitamente ver que diálogos de "breakfast at tiffany's" poderiam acontecer na minha vida.

18.8.06

my art is...

minha arte é feita do que você chama de obscuro
nas sombras que você tem medo de encarar

minha arte é efêmera como as sombras
e perene como o universo

nos lugares vazios é onde minha arte mora
e tem nomes que não foram inventados

minha arte tem o gosto de sexo
a cor do sangue

minha arte é sutil
minha arte é fútil

minha arte encanta o seu olhar
enquanto arranca um pedaço da sua alma

minha arte fala da solidão
da falta, da espera

minha arte fala da esperança
minha arte fala da morte

minha arte é egoísta
e quer sempre mais

minha arte é para ser vista
tocada, sentida, amada

minha arte.

16.8.06

somos feitos de som e fúria.

ah, quem dera...

acho que a covardia de viver impera, mestre shakespeare.

é péssimo assistir uma chama tão forte se extinguir pouco a pouco. uma chama que precisa de tão pouco combustível para se tornar clara como o sol.
eu espero uma decisão sua.

mas não vou esperar muito.

preciso sentir o movimento, menina.

13.8.06

enterro hoje alguns conceitos que eu tinha sobre meu pai.

infelizmente, os que morreram foram os melhores conceitos.

la petit mort

- ei! eu acho que já vou.

- tá bem. e vê se não morre, ok?

- não! morro não. prometo.

- tá bem. bom...

- que foi?

- ah! se quiser, a gente pode morrer aos poucos, juntos. (sorriso)
ela luta contra si mesma, em um mundo que somente ela conhece.

desejos e fomes nascem dentro de si, mas ela os afoga com álcool. ela não quer crescer.

eternamente criança, eternamente irresponsável.

ela cria uma barreira dentro de si. nada do que está fora entra. nada do que está dentro pode sair.

ela pede ajuda. mas não quer ajuda.

ela estende a mão, só para retraí-la, um instante depois.

ela ama alguém, em seu silêncio velado. ela quer viver algo, mas não aceita perder nada do que tem. mesmo não percebendo que pode ganhar.

ela luta contra si.

mas não há como vencer.

a fool's journey.

as cartas são viradas.

ela olha para as representações desenhadas no papel. pensa na idade do deck, pensa no tempo e energia gastos para transformar aquelas cartas em algo que representasse a própria vida.

à sua frente, inicia-se a jornada de um tolo pela vida.

em sua busca, ele aprende aos poucos os segredos do mundo, apaixona-se, cresce, perde tudo, se torna aprendiz e professor, morre e ressucita, se torna a própria existência.

a mulher observa o desenho formado pelas cartas à sua frente.

por alguns segundos, ela se torna o tolo.

e, de alguma forma, ela compreende a jornada.

biblioteca

somos livros.

cada um de nós é um volume na enciclopédia da existência. preenchemos as páginas do livro de nossas experiências a cada dia, cada palavra, cada ato que tomamos, cada decisão que deixamos para trás se transforma em um parágrafo do livro.

até o dia em que todas as histórias sobre você se acabam, o livro é fechado e recolocado na estante, preenchido com sua vida.

como em toda grande biblioteca, os volumes são variados. alguns são extensos, cheios de detalhes sórdidos e lugares exóticos. outros são como memorandos, preenchidos em meia página, falando sobre a importância da higiene pessoal.

mas cada um é único.