17.2.06

no meu silêncio carrego todas as dores,

todos os desencontros de todos os amores não correspondidos.

no meu silêncio carrego todos os desejos,

todos os "eu te amo", todos os "eu te quero".

no meu silêncio carrego todas as forças

de continuar a cada dia, sem perspectiva de um destino.

no meu silêncio carrego todas as palavras que não disse,

mas elas teimam em escorrer para o papel, teimam em se materializar em forma de luzes numa tela em branco.

eu vivo de todos os silêncios.

mas morreria em paz ouvindo o som de sua voz

o sussuro de suas palavras ao meu ouvido.

alice de cabelos de fogo

ela sorri, um sorriso divertido, sem pretensões de nada, me mostrando seus desenhos.

e eu só consigo pensar por que ela me lembra tanto a alice do lewis carroll.

alice de cabelos de fogo.
eu me apaixonei por um livro de poesia.




e eu não gosto de poesia.



é... isso é típico de mim.

éter

encontro-me só.

meus amigos me olham à distância, com olhares cheios de perguntas. não sou o mesmo que conheceram, apesar de ter em minha essência todos os momentos que passei com eles.

não sou o mesmo.

meus amores se foram, perdidos em juras de amor eterno diluídas em um mar de ressentimentos e entendimentos errados. seus olhares não me comtemplam mais. mas carregam um pedaço de mim.

sempre carregarão.

eu flutuo livre de todo o sentimento...

não sinto dor.

não sinto medo.

não sinto.

ao meu lado, as estrelas brilham antigas e frias, em caminhos invisíveis. seus olhares me acolhem no éter do universo.

é aqui o lugar onde pertenço.