23.2.06

dead girls

i have been in this line of work for a long time
and i have never seen anything so strange and so peculiar
its all so deranged
see for yourself
ladies and gentelmen of the jury
step right up and see the freak
we caught him red handed down by the morgue
where he sleeps
and if you think that "that's disgusting"
wait til you hear this
i never can do it justice

dead girls like me
dead girls like me
can't you see?

i don't expect you to understand me
i'm not an ordinary man
and i have seen things with these eyes
you'd never comprehend
see for yourself now
take those living women
they have never shown me any kindness of any kind
its not my fault i look this way
i try to talk to them
they look at me and walk away
so really is it so strange that

dead girls like me
can't you see?
only dead girls like me
oh, dead girls like me
can't you see?
only dead girls don't walk away from me
sad as it seems

have you ever tasted love like this?
cool and smooth have you ever been accepted unconditionaly?
have you ever loved someone who didn't hurt you, didn't harm you?

there's no pain and there's no pressure
no humiliation
there's no fear and there's no shame
there's no pulse now is it so strange?

dead girls like me
can't you see?
only dead girls like me
oh, dead girls like me
can't you see?
only dead girls don't walk away from me
sad as it seems
voltaire - dead girls

tô assim, hoje.

22.2.06

lilya 4-ever

ela dorme, sonhando com um país distante... ouvindo ao longe os sons tão familiares do seu bairro.

crianças bricam de esconder, enquanto velhas senhoras discursam sobre os seus problemas de saúde.

o cheiro do café da manhã impregna o ar da cozinha do antigo apartamento. sua mãe canta uma antiga canção, ocupada em seus afazeres.

ela dorme e sonha...

mas o sonho termina em um quarto sujo, sem janelas, em um país que ela não conhece. não há sons, além dos seus próprios soluços e dos passos se aproximando, no corredor.

lilya tem 16 anos.
ela sorri, vitoriosa, ao ir embora. usou as curvas de seu corpo para desenhar uma estratégia de conquista.

os olhares insinuantes, a jogada de cabelo, a cruzada de pernas... peças essenciais em um jogo de caça silencioso.

ela sorri, imaginando que ele passará a noite em claro, pensando nela, desejando o perfume da pele, o calor do beijo dela.

mas naquela noite, é ela quem passa a noite sonhando...
os ventos carregam coisas... pessoas fogem das rajadas poderosas, escondendo-se em bares e lojas.

os carros passam em alta velocidade, tentando chegar o mais rápido possível em seus destinos.

mas eu caminho de olhos fechados, sentindo a força em volta de mim...
conheço cada curva do seu corpo...

mas o que se esconde em seus pensamentos serão sempre um segredo para mim.

21.2.06

ela está sentada no quarto, lendo um livro antigo sobre sonhos de outra pessoa, quando ouve um barulho de batida, bastante baixo.

ela olha à sua volta, sem saber o que procura, até que seu olhar alcança a janela fechada.

uma mariposa de asas escuras está tentando sair do quarto, batendo em vão contra o vidro da janela.

a pequena criatura continua batendo e batendo, sem perceber a barreira invisível que a separa do mundo.

a menina vai até a janela, caminhando devagar, na ponta dos pés e abre a janela.

a mariposa observa a cena à distância, mas assi que o vidro é aberto, ela se põe a procurar a saída. ela sai pelo mundo, à procura de seu destino.

e a menina fica na janela, pensando na mariposa e no vidro...
ele olha o espelho quebrado. só assim ele aplacou o enjôo que sentiu da pessoa que olhava para ele através do reflexo.

ele encara o vidro partido, e imagina a sua própria vida.

o sangue escorre do ferimento no punho, gotejando nos cacos no chão do banheiro.

e cada gota encerra um sonho.

ele encara o reflexo partido do que ele já foi.

20.2.06

o sorriso dela corta o meu peito, expondo um coração indefesso à inocência calculada do seu olhar.

e a noite apenas começou...