por que só eu escuto o choro de uma criança que não nasceu?
:(
24.3.07
ela se contorce durante o sono. sonha com algo crescendo dentro de seu corpo.
algo que se alimenta do corpo dela.
algo que se movimenta. que a comprime por dentro, sempre querendo mais e mais espaço.
ela quer destruir o intruso.
matar
expurgar
ele se movimenta em seu abdôme.
e a cada movimento
ela se lembra de outro monstro
de outra invasão.
ela quer matar os monstros.
ela precisa.
mas não consegue.
por quê?
por quê?
algo que se alimenta do corpo dela.
algo que se movimenta. que a comprime por dentro, sempre querendo mais e mais espaço.
ela quer destruir o intruso.
matar
expurgar
ele se movimenta em seu abdôme.
e a cada movimento
ela se lembra de outro monstro
de outra invasão.
ela quer matar os monstros.
ela precisa.
mas não consegue.
por quê?
por quê?
sagrada blasfêmia
quero provar de novo seu corpo. o gosto nunca me saiu da cabeça.
meus dentes arranhando a pele, enquanto a língua brincava alucinada, sentindo cada porção de pele.
penso em seu sangue, sempre, sempre, quando olho para as veias sobressaltando-se na pele clara do seu braço.
penso no vermelho. penso no gotejar lento e interminável.
seu corpo
seu sangue
quero comungar com você.
meus dentes arranhando a pele, enquanto a língua brincava alucinada, sentindo cada porção de pele.
penso em seu sangue, sempre, sempre, quando olho para as veias sobressaltando-se na pele clara do seu braço.
penso no vermelho. penso no gotejar lento e interminável.
seu corpo
seu sangue
quero comungar com você.
arte
não escrevo poesias,
sou vítima delas.
insinuam-se, obscenas,
cheias de curvas,
parábolas,
hipérboles,
metáforas à mostra.
figuras de linguagem
me seduzem
não escrevo contos,
eles me são entregues em sonhos
por deuses antigos.
encontro-os em antiquários,
escavo-os de antigas pirâmides.
não há um único texto em mim que seja meu
esqueço-os assim que os transporto para o mundo.
psicografados,
teletransportados,
imaginados.
não há uma única verdade em mim que seja absoluta
somente a absoluta falta de verdades.
as palavras brincam ao meu redor,
eu as absorvo
regurgito poemas disformes
contos órfãos com bocas famintas
de leitores.
sou vítima delas.
insinuam-se, obscenas,
cheias de curvas,
parábolas,
hipérboles,
metáforas à mostra.
figuras de linguagem
me seduzem
não escrevo contos,
eles me são entregues em sonhos
por deuses antigos.
encontro-os em antiquários,
escavo-os de antigas pirâmides.
não há um único texto em mim que seja meu
esqueço-os assim que os transporto para o mundo.
psicografados,
teletransportados,
imaginados.
não há uma única verdade em mim que seja absoluta
somente a absoluta falta de verdades.
as palavras brincam ao meu redor,
eu as absorvo
regurgito poemas disformes
contos órfãos com bocas famintas
de leitores.
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