15.9.07

wandering

sempre ando na direção errada.

presto atenção no que não devia.

como uma criança distraída, olho para o céu, para o chão, para a paisagem que passa rápida.

quando percebo, as pessoas já se foram.

pollock

a gota cai em um formato estranho.

a tela mancha.

a pureza do branco é violada pelo vermelho sangue.

amarelos brincam de esconder atrás do azul.

azuis. céus. mares. olhares. azuis.

pôr-de-sol laranja-despertar.

grama em forma de manchas.

pessoas. todas as cores, em todos os cantos.

pensamentos negros.

palavras de um cinza-chuva.

e o barulho, em tudo o barulho da cor.

eu caminho sobre as cores.

e circulo de dor cinza.

e a inquietação em um amarelo ácido se espalha em riscos.

alma ditada em cores.

por trás de tudo o branco teima em aparecer.

melancolia

ela me seduz.

seus cabelos escuros caem sobre os olhos. olhos de uma intensidade que queima.

um sorriso quase imperceptível no canto da boca. do tamanho exato para aguçar a minha curiosidade.

a pele alva é lisa e convida ao toque.

eu a conheço por muitos nomes, em muitas épocas.

já me entreguei a seus caprichos. noites e noites procurando saciar seus desejos.

fui seu amante fiel e apaixonado.

balbuciava seu nome com um ardor infantil.

melancolia.

mel.

doce de sabor ácido.