eles se beijam.
um beijo com gosto de vinho, chocolate e sangue.
23.5.06
"eu te amo."
ele mente para ela. sem razão. poderia amá-la. ela era boa para ele. ouvia-lhe, era sincera, gostava da companhia dele e ele gostava de estar com ela.
mas ela era simples.
não conseguia amar a simplicidade e ainda assim, tentava, ingênuo que era (ou teimoso, diriam alguns). queria amar as coisas simples que ela fazia, mas os olhos sempre pareciam vagar em direção ao nada.
queria algo que lhe fizesse sofrer um pouco... que lhe fizesse discordar e discutir.
gostava, principalmente, do sexo depois de uma briga. gostava de se sentir irracional, emoção pura, sem pensamentos, só vontade.
gostava da melancolia que lhe cortava o coração... mesmo que irreal, às vezes, gostava de pensar que era uma pessoa melancólica (achava que se enquadrava assim no hall de pessoas melancólicas que tanto admirara, quando garoto).
a simplicidade de uma flor o apaixonaria... por alguns instantes...
mas uma tempestade o faria chorar só pela beleza do caos.
precisava do caos, no mundo de fora, porque era assim que ele via o seu mundo interior.
e principalmente...
sentir-se melancólico, estranho e atormentado, fazia com que ele sonhasse...
ele mente para ela. sem razão. poderia amá-la. ela era boa para ele. ouvia-lhe, era sincera, gostava da companhia dele e ele gostava de estar com ela.
mas ela era simples.
não conseguia amar a simplicidade e ainda assim, tentava, ingênuo que era (ou teimoso, diriam alguns). queria amar as coisas simples que ela fazia, mas os olhos sempre pareciam vagar em direção ao nada.
queria algo que lhe fizesse sofrer um pouco... que lhe fizesse discordar e discutir.
gostava, principalmente, do sexo depois de uma briga. gostava de se sentir irracional, emoção pura, sem pensamentos, só vontade.
gostava da melancolia que lhe cortava o coração... mesmo que irreal, às vezes, gostava de pensar que era uma pessoa melancólica (achava que se enquadrava assim no hall de pessoas melancólicas que tanto admirara, quando garoto).
a simplicidade de uma flor o apaixonaria... por alguns instantes...
mas uma tempestade o faria chorar só pela beleza do caos.
precisava do caos, no mundo de fora, porque era assim que ele via o seu mundo interior.
e principalmente...
sentir-se melancólico, estranho e atormentado, fazia com que ele sonhasse...
a dança
ele apreciava a dança. sabia olhar nos olhos da parceira, entendia na linguagem do corpo dela o próximo passo, o gesto que se seguiria.
imaginava-se acompanhando-a, sem tocá-la, a milímetros da pele dela.
a precisão era fundamental.
aprendera essa dança há pouco tempo. sempre achara que precisavam dançar juntos, um levando o outro, o tempo todo. mas entendeu que ele se fosse realmente preciso, ela não perceberia o que estava dançando até estar totalmente envolvida no ritmo.
ele precisava conhecê-la primeiro. dirigia-lhe um olhar ou outro... algo quase casual. aproximava-se de leve, despretensioso.
até que ele mudava o olhar (era especialista nisso). esse olhar era misterioso, profundo.
e principalmente, penetrante.
caminhava em direção a ela, ainda de forma despretensiosa, mas o olhar se mantinha fixo.
parava bruscamente, à frente dela. e esperava.
ela nunca sabia o que fazer, à princípio... não conseguia definir o olhar que recebia... seu rosto ficava quente, precisava fazer algo.
então, em algum lugar na mente dela, começava a ouvir um ritmo... algo que parecia antigo... tambores? não conseguia definir... mas não aguentava mais...
e então a dança começava.
ia em direção a ele, para tocá-lo, mas ele se afastava (era imprescindível, nesse momento, se manter a uma distância precisa).
os movimentos dela eram instintivos, agora. tentava se aproximar, os olhos não viam nada além do parceiro.
ele sorri, um sorriso fugidio... adorava cada passo.
o ritmo aumenta de volume e fica mais rápido.
os dois se movem, giram.
a música toma o ar.
ele então faz seu ato final. quando ela não pode mais se livrar, ele a toca, puxando o corpo frágil em direção ao seu, colando-a junto a si.
ele a beija.
outra dança tem início.
imaginava-se acompanhando-a, sem tocá-la, a milímetros da pele dela.
a precisão era fundamental.
aprendera essa dança há pouco tempo. sempre achara que precisavam dançar juntos, um levando o outro, o tempo todo. mas entendeu que ele se fosse realmente preciso, ela não perceberia o que estava dançando até estar totalmente envolvida no ritmo.
ele precisava conhecê-la primeiro. dirigia-lhe um olhar ou outro... algo quase casual. aproximava-se de leve, despretensioso.
até que ele mudava o olhar (era especialista nisso). esse olhar era misterioso, profundo.
e principalmente, penetrante.
caminhava em direção a ela, ainda de forma despretensiosa, mas o olhar se mantinha fixo.
parava bruscamente, à frente dela. e esperava.
ela nunca sabia o que fazer, à princípio... não conseguia definir o olhar que recebia... seu rosto ficava quente, precisava fazer algo.
então, em algum lugar na mente dela, começava a ouvir um ritmo... algo que parecia antigo... tambores? não conseguia definir... mas não aguentava mais...
e então a dança começava.
ia em direção a ele, para tocá-lo, mas ele se afastava (era imprescindível, nesse momento, se manter a uma distância precisa).
os movimentos dela eram instintivos, agora. tentava se aproximar, os olhos não viam nada além do parceiro.
ele sorri, um sorriso fugidio... adorava cada passo.
o ritmo aumenta de volume e fica mais rápido.
os dois se movem, giram.
a música toma o ar.
ele então faz seu ato final. quando ela não pode mais se livrar, ele a toca, puxando o corpo frágil em direção ao seu, colando-a junto a si.
ele a beija.
outra dança tem início.
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