23.5.06

"eu te amo."

ele mente para ela. sem razão. poderia amá-la. ela era boa para ele. ouvia-lhe, era sincera, gostava da companhia dele e ele gostava de estar com ela.

mas ela era simples.

não conseguia amar a simplicidade e ainda assim, tentava, ingênuo que era (ou teimoso, diriam alguns). queria amar as coisas simples que ela fazia, mas os olhos sempre pareciam vagar em direção ao nada.

queria algo que lhe fizesse sofrer um pouco... que lhe fizesse discordar e discutir.

gostava, principalmente, do sexo depois de uma briga. gostava de se sentir irracional, emoção pura, sem pensamentos, só vontade.

gostava da melancolia que lhe cortava o coração... mesmo que irreal, às vezes, gostava de pensar que era uma pessoa melancólica (achava que se enquadrava assim no hall de pessoas melancólicas que tanto admirara, quando garoto).

a simplicidade de uma flor o apaixonaria... por alguns instantes...

mas uma tempestade o faria chorar só pela beleza do caos.

precisava do caos, no mundo de fora, porque era assim que ele via o seu mundo interior.

e principalmente...

sentir-se melancólico, estranho e atormentado, fazia com que ele sonhasse...

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