não escrevo poesias,
sou vítima delas.
insinuam-se, obscenas,
cheias de curvas,
parábolas,
hipérboles,
metáforas à mostra.
figuras de linguagem
me seduzem
não escrevo contos,
eles me são entregues em sonhos
por deuses antigos.
encontro-os em antiquários,
escavo-os de antigas pirâmides.
não há um único texto em mim que seja meu
esqueço-os assim que os transporto para o mundo.
psicografados,
teletransportados,
imaginados.
não há uma única verdade em mim que seja absoluta
somente a absoluta falta de verdades.
as palavras brincam ao meu redor,
eu as absorvo
regurgito poemas disformes
contos órfãos com bocas famintas
de leitores.
24.3.07
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