enquanto a barca se afastava da costa, ele olhava a paisagem que tanto conhecia com os olhos do viajante. adorava o rio de janeiro em dias nublados. não sabia bem o porquê, mas o vento e o céu cinza sempre o faziam ficar instrospectivo.
colocou o discman para tocar um dos últimos cds que comprara, puxou da mochila a câmera que havia emprestado e começou a colocar a sua impressão do mundo nas fotos.
depois de algum tempo, resolveu prestar atenção nas pessoas que estavam a sua volta. tirou algumas fotos delas, sem que vissem... apesar de se considerar muito antisocial, era um apaixonado por ficar observando as pessoas em seus mundinhos pessoais. gostava de imaginar o que pensavam.
não conseguia fugir da idéia de que sempre que se afastava de casa, sentia-se melhor. achava que os momentos em que ele é um estranho entre estranhos o faziam ficar assim... curioso pela vida.
quando a barca chegou na ilha, prestou atenção nas pessoas que esperavam amigos e parentes e achou aquilo divertido.
tirou fotos dos barcos dos pescadores, de casas e de lugares, distraiu-se por horas, descobrindo detalhes nos quais os moradores não deviam mais prestar atenção.
passou horas naquele local novo, até que no final da tarde, resolveu sentar-se num pequeno parque que ficava à beira d'água. procurou um banco e sentou-se, olhando o mar.
a água sempre o deixava calmo. o barulho das ondas e o movimento cíclico das marés eram coisas que o faziam pensar em coisas antigas. "o mar é sábio", pensou.
olhou para a costa, ao longe, o sol descendo dos céus, visível somente pelos raios que teimavam em atravessar as nuvens.
a vida poucas vezes parecia tão bela...
apesar de gostar muito de ficar sozinho, pensou que certos momentos deveriam ser divididos.
sorriu sozinho, olhando o mar e voltou para sua caminhada, pensando em tudo ao mesmo tempo.
30.9.05
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