28.9.05

desligou o telefone contra a própria vontade, querendo falar mais e mais. é incrível como algumas coisas só podem ser percebidas à distância: quando se está no olho do furacão, tudo parece calmo.

sentado no chão do quarto, ele avaliava sua nova vida. as novas metas, os novos destinos.

mas continuava sentindo que muito havia a ser dito e que a roda precisava rodar muito ainda, até a chegada do destino.

estava sozinho, no escuro, olhando para o nada, mas não se sentia desamparado.

queria carinho, mas não iria implorar por mais nada. não era uma vítima. pela primeira vez ele se sentia dono de seus caminhos.

sentia a falta de um colo onde descansar. mas a jornada ainda seria longa e ele tinha que ser forte.

deitou-se e ficou com os olhos abertos para o teto do quarto. imaginou se algum dia as coisas ficariam bem, mas tentou não pensar muito nisso.

precisava dormir. dias longos de jornada o esperavam.

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