ela olha para fora do quarto, em direção ao bosque nos fundos da casa... o vento do outono eleva as folhas vermelhas das árvores, criando um balé silencioso no final da tarde.
ela se sente feliz, sem motivo algum... só por estar viva. só por estar ali.
ao seu lado, um caderno de desenho repousa, mostrando a todos a última criação de sua dona, um desenho simbólico da terra mãe, pulsando de vida.
ela ouve um pequeno gemido e se vira para o lado, em direção a um berço que repousa junto à parede.
um corpinho pequeno e rosado se mexe, fazendo barulhos de bebê...
ela o pega nos braços e começa a balançar, cantando uma canção antiga que aprendeu há muito, muito tempo atrás.
a criança se aconchega nos braços dela, sentindo o calor do corpo materno e se acalmando aos poucos.
ela se pega às vezes tentando acreditar ainda que tudo isto aconteceu em tão pouco tempo... sente o toque de dedos pequeninos em seus ombros e uma alegria imensa invade seu corpo, aquecendo a alma.
ela que percorreu tantos caminhos antes, agora inicia uma nova jornada...
ela observa as folhas lá fora, no fim de tarde outonal e pensa no futuro...
e ela sonha.
31.3.06
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