o cabelo muito ruivo contrastava com a alvidez do rosto. ela pensou que ele parecia doente. mas o sorriso em seu rosto lhe dizia que ele estava se divertindo.
o forasteiro chamara a atenção de todos no pub, por ter chegado de forma ruidosa e pelo forte sotaque irlandês. havia algo de fanfarronice em seus modos, mas nenhum deles pensou em expulsá-lo. havia algo indescritível nele, algo irreal em sua aparência. ela poderia dizer que ele se parecia com um personagem de um conto mitológico daqueles que ouvira quando nova, no colégio.
todos compartilharam suas histórias e o irlandês se tornou em pouco tempo a única pessoa a falar ali. ele parecia ser novo, vinte e cinco anos, no máximo, mas os olhos traziam algo de antigo, neles. como se tivessem visto todo o mundo.
ele ofereceu uma bebida a ela... a voz baixa e rouca tocou em uma parte de seus ouvidos que agitou cada pedaço de seu ser.
conversaram horas e horas. a fanfarronice dele fora deixada de lado e ela percebeu que ele parecia compreender muito bem como ela se sentia. como se ele a conhecesse desde sempre.
tinha um odor de flores distante, mas persistente, que a deixava um pouco tonta, cada vez que ele se aproximava dela para dizer algo.
os olhos dele eram duas chamas que queimavam verdes em suas órbitas. não conseguia afastar olhar... esquecera de todos os outros que ali estavam.
e o cabelo, de um vermelho como nunca havia visto antes. quando a luz refletia neles, era como um halo de fogo...
mais tarde, pediu que ele a levasse em casa.
ela o levou junto para casa... para a cama.
ela era dele. não pensava em mais nada além de entregar-se àquele homem.
ela quis sentir cada centímetro do corpo dele. a pele era macia... o irlandês sussurrou coisas no ouvido dela que a fizeram queimar por dentro... ela gemia, entregue ao toque dos dedos dele. ele corria seus lábios pelo corpo trêmulo.
eles se amaram... ela perdeu nocão do mundo... sentia o toque dele em todo o seu corpo, os lábios, as estocadas dele invadindo o seu ventre, enquanto ela o puxava para dentro de si. queria ele. era toda dele.
a dor veio repentina, perto do seio direito. tentou se debater, mas seu corpo não respondia, entregue aos espasmos de prazer. tentou gritar e tudo o que ouviu foi um gemido de prazer com a sua própria voz. pensou em afastá-lo, mas seus braços o puxavam sobre si.
abriu os olhos uma vez mais... não sabia onde estava.
pensou ter visto um homem deitado ao seu lado. os cabelos dele eram vermelhos...
vermelhos como o sangue...
28.3.06
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