29.1.06

no horizonte

ele olha o horizonte pela janela da casa...

nuvens cor de chumbo começam a se avolumar, à distância. por vários minutos, o mundo parece aguardar algo... tudo parece ficar mais claro... não há ventos... tudo parece mais quieto... esperando.

as nuvens continuam seu balé silencioso, tocando-se, uma engloba outra, numa orgia celestial. o azul vai pouco a pouco se tornando tênue, o sol perde seu brilho frente ao espetáculo que acontece abaixo.

uma brisa fria começa a soprar e o mundo começa a ganhar vida novamente... as árvores juntam-se ao bailar, curvando-se frente à harmonia dada pelo vento.

o céu escurece... o vento sopra mais forte a cada segundo, levando as folhas secas em direção ao céu... um tributo desse mundo aos senhores das nuvens...

ele ouve o primeiro trovão, carregado de energia, correndo pelo ar acima dele.

logo o primeiro relâmpago irrompe claro no horizonte. sua forma irregular e efêmera corta o ar... um portador do poder dos deuses.

os primeiros pingos caem do céu, tímidos... vacilantes...

e então mais e mais se juntam a eles... lavando a terra... expurgando a sujeira do mundo.

ele está na janela, de olhos fechados, sentindo o vento soprando frio, sentindo a chuva escorrer pela pele, levando tudo embora.

Um comentário:

Vanessa disse...

Bravo!!!
Fiiiiiiiiiiiu! Mais! Bis!