1.8.06

poema de sentidos

eu sou abismo
você é vento
que dança por mim,
que assobia sussurros antigos em meus ouvidos,
me provocando.

eu sou corpo
você é lâmina
que corta o pulso
que me mata em seu fio
me libertando.

eu sou noite
você é estrela
todas as estrelas
que me cercam,
iluminam meus segredos.

eu sou calmaria
você é tempestade
que me transforma
que transtorna
limpando as sujeiras do mundo.

eu sou silêncio
você é som
o grito,
o gemido,
dançamos uma melodia de nós mesmos.

eu sou fogo,
e você é fogo
nos consumimos,
nos alimentamos um do outro
até não sobrar mais nada.

até sobrarmos nós dois.

Um comentário:

Vanessa disse...

Linda, essa!
Tempestades são sempre ótimas...