a raposa corre por entre os arbustos...
"preciso fugir." é tudo o que se passa em sua cabeça. os olhos verdes percorrem o terreno, procurando o melhor lugar para se esconder.
o rapaz olha, à distância, o pequeno animal se afastar. ele não consegue entender o que acontece.
a raposa encontra sua antiga toca. o local onde dormiu no inverno. ela se sente segura. deitada, ela lembra-se do rapaz que encontrara num outono distante, que vinha todos os dias para a floresta, só para visitá-la. aprendeu a desfrutar da companhia dele. percebeu-se esperando o momento em que ele apareceria, só para chegar perto.
mas uma noite, uma noite a raposa teve um pesadelo. ela estava presa, dentro de uma jaula, iguais às que via alguns caçadores carregarem. e o rapaz estava lá fora e a olhava dentro da jaula.
e a raposa sentiu medo e raiva.
e ela precisou fugir.
agora estava deitada em sua toca, pensando no rapaz e na jaula. nas tarde de outono e no medo de estar presa, de viver uma vida como uma raposa presa.
quando uma melodia tomou o ar.
levantando as orelhas, curiosa, a raposa lembrou-se daquela música. o rapaz trouxe uma gaita, uma vez, até a floresta e tocou para a raposa.
"esta é sua música", disse o rapaz.
"nossa música".
e a raposa se lembrou que foi feliz naquela tarde.
o rapaz estava tocando, pensando naquela música e no que ela representava para ele, quando viu o pequeno animal de pêlos vermelhos e olhos curiosos perto de si. a raposa o observava.
ele se sentou numa pedra e continuou tocando. a raposa aproximou-se, até aninhar a cabeça em seu colo. ele a acariciou, sentindo o pêlo macio.
naquela noite, a raposa sonhou. e no sonho não havia jaulas ou medo. no sonho, ela era uma menina com olhos de raposa.
e o rapaz estava com ela.
5.7.06
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Um comentário:
Ah, meu amigo, quem dera um dia acordar ou sonhar e ter o "rapaz" ao meu lado. :o)
Abreijos! @}~
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