a aridez do vocabulário cria rachaduras na pele.
não consigo encontrar as palavras,
explicações.
não há nada aqui que defina o que meu coração sente
não é dor
tampouco amor.
o sol do deserto me causa alucinações
por um momento avisto um oásis de definições
mas quando chego perto percebo que é apenas
uma poça de lama,
repleta de justificativas falsas.
talvez eu deva parar por aqui.
deixar o calor e a areia fazerem seu trabalho.
deixar o corpo falecer,
mumificar na falta de sentimentos úmidos.
que sirva de aviso a outros escritores que por esse deserto tentarem caminhar.
"fuja!
fuja enquanto ainda podes manter
seus sentimentos intactos.
guarde-os no cantil, preserve-os."
há!
o delírio me faz escrever coisas engraçadas.
23.7.06
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