26.4.06

noite de outono

eles se abraçam, deitados na cama... as sensações do gozo do sexo ainda a correr por seus corpos, como eletricidade.

o barulho da chuva batendo na janela é a trilha sonora dos dois...

ele a beija e faz carinho nos cabelos desarrumados dela, que insistem em cair sobre os olhos. ela sorri para ele, tentando descobrir o que se passa por trás do seu olhar.

ela se sente protegida...

ela que sempre disse que amor e sexo são coisas separadas. ela que acreditara que amor era coisa de filmes, de poemas piegas feitos para adolescentes, agora procurava nos mesmos poemas as palavras pra descrever o que sentia.

ele que acreditava que não ia amar nunca mais. ele que disse a si mesmo que o amor era algo distante, que não podia mais ser sentido, se encontrava entregue.

eles trocam palavras, promessas e sorrisos. as pernas enrroscadas, como o destino que os dois acreditavam não haver.

ele diz a ela:

"boa noite, amor"

ela responde com um sorriso de menina, se aninhando mais nos braços dele.

a chuva bate na janela... nas sombras, dois amantes dormem e sonham juntos.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."
Vinicius de Moraes