ela se sentia um pouco desconfortável... não tanto pela nudez do corpo, mas por se sentir nua da alma. o jovem estava olhando para ela ali há vários segundos e ele parecia estar vendo através do corpo dela... o olhar dele penetrava em seu interior e a desvendava de uma maneira que a assustava e excitava ao mesmo tempo.
prometeu a ele que se deixaria fotografar. pensou em fazer poses como as das meninas góticas que ela via em fotos e mais fotos pela internet e achou divertido se imaginar desse jeito. quando ela chegou, encontrou-o descontraído, escrevendo algo no computador. ele sorriu para ela, pediu que ela sentasse e perguntou o que ela queria que ele fotografasse.
"não sei. você é o fotógrafo. está pensando em algo?"
"não. eu nunca penso muito sobre o que vou fotografar. eu simplesmente olho para alguma coisa que ache interessante e sinto essa necessidade de guardar aquilo de alguma maneira."
"bom, ela sorriu... eu não tenho certeza do que fazer..."
"relaxa! olha, tenta se descontrair."
e eles conversaram e tomaram vinho... ele fez algumas fotos, pra ver a luz, testar a cor da pele dela, coisas assim. ela não conseguia afastar o olhar dos olhos dele, que pareciam sempre inquietos, procurando algo, o tempo todo.
"é complicado posar, né?", ele disse com um sorriso largo. "eu me odeio em fotos!"
ela se levantou... estava um pouco inquieta com aquilo, caminhou para a janela, tentando respirar o ar da rua.
"fica assim."
"o quê?"
"fica nessa posição. tá lindo!"
achou bobo aquilo. não estava fazendo nada demais. mas ele gostou e estava abaixado, a alguns metros, fotografando.
ela caminhou alguns passos e sentou-se na cama ainda desarrumada, dele. ele rodeava ela e ela se lembrou dos documentários da televisão. o olhar dele parecia o dos predadores, esperando o momento certo para o ataque.
estava respirando rápido com o toque de excitação que esse último pensamento trouxe à mente dela. ela olhou para o chão e ele se abaixou a centímetros ela, para fotografar o rosto dela.
"posso..." falou, quase num sussurro. "posso tirar a minha roupa, se quiser..."
ele a olhou, a câmera na mão, ainda apontando para o rosto dela que acabara de ficar avermelhado.
"só se você quiser."
e ela começou a retirar a camiseta, devagar, pois tremia um pouco com tudo aquilo. nunca fez isso. nem mesmo se imaginou tirando fotos assim.
ele a olhava. ainda o mesmo olhar.
ela se deitou na cama e ele ficou parado por alguns instantes. e então voltou a fotografar, pequenos detalhes de pele. o rosto dela encostado no colchão, as curvas do quadril, a sombra dos seios sobre o lençol...
um calor percorria o corpo da jovem, queimando por baixo da pele, em ondas que subiam pelo abdômen, a partir da púbis. nudez absoluta... sentiu-se nua de verdade pela primeira vez, na frente de alguém.
dias depois eles se reencontraram para tomar um café. ele trazia as fotos em um envelope que entregou a ela, depois que sentou-se.
ela olhou para ele e se viu refletida nos óculos escuros que agora escondiam aqueles olhos.
"você está perfeita nelas."
"bobo!"
"ah! nem se pode falar a verdade!!!" falou, sorrindo.
a jovem passou vários minutos olhando e comentado cada foto. após um tempo, ela não aguentou e perguntou a ele:
"eu quis você comigo naquela cama aquele dia, sabia?"
"eu sei. eu vi nos seus olhos."
"e não fez nada."
"não..."
"por quê?"
"ah... eu ia estragar as fotos!" ele sorriu.
12.9.05
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Um comentário:
Taí, adorei a história. Nunca tinha parado pra pensar o quanto posar uma foto pode ser tão sexy... :) E a piada infame da moça no final é a cereja do sundae, hehehe!
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