20.7.07

moto perpétuo

o vento sopra fraco, trazendo ondas leves em direção à areia.

o garoto brinca na beira da água, afastado das outras crianças. ele molda a areia com cuidado. gosta dos pequenos detalhes. gosta de ser diferente de todos os outros.

aos poucos o castelo toma sua forma, erguendo-se na areia fofa e clara. depois de terminado, o menino se levanta e caminha para olhar o castelo de longe.

ele encosta-se nas pedras e espera. pouco tempo depois as ondas começam a subir mais e mais até começarem a bater no castelo.

as pequenas torres vão se desfazendo aos poucos e a construção vai perdendo a forma. em minutos não há nada além de um monte de areia um pouco mais alto que o resto da praia. logo não se nota sinal de nada.

as outras crianças continuam brincando. duas delas riem do castelo desfeito.

o garoto não liga.

ele se sente feliz quando constrói o castelo, mas fica igualmente encantando quando o mar vêm e toma tudo de volta.

e pensa consigo mesmo qual seria a graça em se construir um castelo de areia que durasse para sempre...

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